Todos os caminhos levam a Roma, pois bem essa é pura verdade! História, religião, arte, gastronomia, parece que tudo em algum momento, passou ou aconteceu por aqui e esta registrado de alguma maneira. Sendo assim, para entender o que essa cidade tão incrível já viveu e tem para oferecer, nada melhor do que fazer um tour pelos museus em Roma.
Aliás entenda que não é uma tarefa fácil escolher onde ir. A cidade inteira, na verdade, já é um grande museu. Ainda mais que são histórias desde os primeiros habitantes europeus até a Roma Imperial. Por exemplo o nascimento do Cristianismo, a Segunda Guerra e a atual União Europeia. Sendo assim, a capital da Itália é literalmente o berço do mundo ocidental.
Nesse sentido para facilitar suas pesquisas, fiz uma lista dos museus mais importantes e dos quais eu gostei. A priori o critério de escolha foi a importância histórica, artística e variedade de obras e estilos. Tem para todos os gostos: dos ancestrais deuses romanos até arte de rua.
Preparado? Então, vamos nessa – ou como diriam os italianos, “Andiamo!”.
Este é o mais emblemático museu romano, não só por seu acervo espantoso, mas por sua localização e história. Preste atenção nesta praça: ela foi desenhada em padrões geometricamente perfeitos por ninguém menos que Michelangelo, em 1536.
Aliás a elevação onde o museu se encontra é uma das 7 colinas sobre as quais Roma foi fundada. Já que segundo a mitologia, o Monte Capitólio, conhecido pelos locais como “Campidoglio”, foi criado por Saturno, que tinha um tempo no lugar. O deus Júpiter também teve um edifício dedicado à sua honra – daí o nome “Júpiter Capitolino”, dado à representação máxima do poder mitológico.
Então a coleção deste museu começou a ser montada em meados do século XVII, e inclui algumas das obras mais espetaculares da história romana, incluindo os fragmentos da estátua do imperador Constantino, uma das maiores obras do Mundo Antigo.
São diversos palácios interligados por corredores e mais corredores com o melhor da arte antiga. No Palazzo Senatorio estão as ruínas dos templos mitológicos e diversas estátuas preservadas.
No Palazzo dei Conservatori fica a célebre imagem do imperador Marco Aurélio em seu cavalo, símbolo da grandeza da Roma Imperial. Nesta ala estão os incríveis afrescos de Cesari e algumas obras do mestre do barroco italiano, Lorenzo Bernini. O palácio possui ainda uma pinacoteca (que vai da Idade Média ao Renascimento!) e uma sessão de tapeçaria antiga.
Já o conhecido Palazzo Nuovo reúne uma enorme coleção egípcia e uma sala dedicada aos filósofos e grandes oradores do Império Romano.
Cenário de cinema: a estátua de Netuno na Fonte é uma das mais famosas da cidade, e se tornou ainda mais célebre depois que serviu de cenário para o filme A Grande Beleza, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2014. A escadaria do museu também apareceu no filme Para Roma com Amor, de Wood Allen.
Inaugurado em 1506, há quem diga que os museus que fazem parte do grande complexo artístico da sede da Igreja Católica sejam a coleção de arte mais valiosa do mundo.
Pelo tamanho do acervo, importância, beleza e organização, os Museus do Vaticano podem ser maiores que o Louvre, em Paris. A melhor maneira de descobrir é visitando. Mas prepare-se: talvez nem mesmo o Papa tenha visto tudo o que esse museu tem para mostrar.
A coleção é tão grande que é impossível ver tudo de uma só vez. O passeio neste museu costuma ser casado com a visita até a Basílica de São Pedro e a Capela Sistina. O ideal é dividir o passeio em pelo menos três partes. Fiz um mini roteiro para facilitar a visita. Veja neste texto como visitar o Museus Vaticano
Na margem direita do Tibre, ao ladinho do Vaticano, fica este castelo ancestral cheio de histórias incríveis e com uma das melhores vistas da cidade. A construção original data do ano 135 e foi erguida pelo imperador Adriano, que pretendia fazer ali seu mausoléu.
O prédio foi fortaleza na época medieval e serviu nos anos seguintes como dependência dos Papas. O castelo resistiu a diversas invasões e saques. Na mais famosa delas, em 1527, o local serviu de abrigo para o Papa Clemente VII.
Atualmente o Castelo de Sant’Ângelo é um museu dedicado ao passado de Roma. Em suas 58 salas você encontrará relíquias históricas, obras de arte e diversos artigos do período imperial romano. Como o edifício é construído em formato circular, é possível dar uma volta completa e ver a cidade, lá do alto, em 360 graus.
Aliás, a vista é uma das grandes atrações deste museu. Uma dica é fazer a visita no fim de tarde, quando dá para ver o rio Tibre iluminado pelo pôr do sol. Não deixe de admirar a cúpula monumental da Basílica de São Pedro, que fica ao lado.
Em seu interior são 7 andares, que impressionam pela imponência da decoração e riqueza de detalhes. Confira ainda a Câmara das Cinzas e as celas onde ficaram os prisioneiros.
Em datas pré-agendadas é possível conhecer o “Passetto”, um corredor secreto fortificado que liga o Castelo de Sant’Angelo até o Vaticano. O caminho era usado pelos Papas para uma eventual fuga durante um ataque.
Preste atenção: A Ponte de Santo Ângelo, que corta o rio Tibre bem diante ao museu, é a mais bela de Roma. Feita em mármore, é decorada por doze estátuas de anjos esculpidas por ninguém menos que o mestre o barroco, Gian Lorenzo Bernini.
Este é um museu muito peculiar e especial. É inteiramente dedicado a uma única obra. A Ara Pacis é um altar criado pelo imperador Augusto em 13 antes de Cristo. O monumento foi dedicado à deusa Pax, ou A Paz, e celebrava a trégua das guerras romanas e o período de prosperidade de Roma.
O altar ficava originalmente na parte norte da cidade, no antigo Campo de Marte, mas ao longo dos séculos as cheias do rio Tibre encobriram a obra com sedimentos. Por mais de mil anos este conjunto de esculturas em mármore ficou perdido.
Somente em 1938, o ditador Benito Mussolini resolveu unir as peças que estavam espalhadas pelos museus da Europa e reconstruir o altar. Nos anos 90 o monumento foi desmontado mais uma vez e reestabelecido em seu atual endereço, ao lado do Mausoléu de Augusto, outro ponto imperdível para quem se interessa pela história antiga.
Para que hoje os turistas possam visitar essa obra, foram necessários séculos até que as peças fossem compradas de outros países e colecionadores. Um verdadeiro quebra-cabeças arqueológico. Como o prédio é todo feito em vidro, a luz natural permite ver os detalhes dos painéis e toda a imponência da obra.
Atualmente o museu propõe uma visitação tecnológica, que combina realidade virtual e áudio-guias. Essas visitas em realidade aumentada ocorrem apenas algumas vezes por ano e mostram os detalhes de como o altar era em sua construção original. Você pode saber mais sobre o projeto no site do museu.
Este museu fica num parque lindooo, na charmosa região de Pinciano, pertinho da Galeria Nacional de Arte Moderna Italiana (falaremos dela logo mais).
A coleção é simplesmente espetacular. O antigo palácio dos Borghese, uma das famílias mais nobres de Roma, se tornou um dos poucos museus da cidade a proporcionar o contato bem próximo do visitante com as obras. Dá para ver tudo bem de pertinho.
A grande qualidade deste museu, além do acervo, é a exclusividade. As visitas são feitas apenas mediante agendamento (compre seu ingresso aqui). Ou seja, nada de filas. Os bilhetes são vendidos de terça a domingo, das 9 às 19 horas, sempre com intervalo de duas horas entre cada entrada. Há um número determinado de visitas por dia, desta forma, o museu nunca está cheio demais e você pode demorar o tempo que quiser vendo cada sala.
Em seu interior o prédio é uma verdadeira explosão de barroco e renascimento. Pisos, paredes, tetos – para onde você olhar, vai ver luxo e beleza. Conheça tudo no seu tempo, mas se estiver na correria, não deixe de ver essas obras:
As estátuas “O Rapto de Proserpina”, “Davi” e “Apolo e Daphne”, do mestre Bernini. Essas três composições serão o mais perto que você irá chegar da perfeição. As obras em mármore possuem vida. É possível ver diversos detalhes, como os dedos pressionando a carne, o movimento do tecido e as expressões faciais.
Os quadros “O Baco enfermo”, “Davi com a cabeça de Golias” e “São Jerônimo escritor”, todos de Caravaggio. Estes são alguns dos trabalhos mais famosos do grande mestre do claro-escuro italiano.
A estátua de Paolina Bonaparte Borghese, de Canova. A irmã de Napoleão foi uma das mulheres mais famosas de seu tempo e é representada aqui como a Vênus.
A tela “Amor sacro e amor profano”, de Tiziano. Obra cheia de simbolismos.
Aliás não deixe de passear pelo parque no qual fica o museu. Há um lago com pedalinhos, um pequeno zoo e aluguel de bicicletas.
Cansado de estátuas romanas e pinturas renascentistas? Enjoado da grandiosidade clássica e do luxo barroco? Super te entendo. Por isso reservei esse museu que reúne obras do século XIX até o século XXI. O prédio fica a uma caminhada da Galleria Borghese e agrupa trabalhos de gênios como por exemplo Picasso, Monte, Mondrian, Modigliani, Degas, Klein e Van Gogh.
Mas se você quiser respirar o ar da arte atual, há várias exposições de arte de rua, instalações digitais e interativas. A coleção de fotografias, esculturas e vídeo art também é soberba. Dá para passar horas explorando os diferentes estilos e artistas.
Da mesma forma mesmo esse sendo um um museu moderno, uma de sua sala mais impactante é dedicada a escultura clássica “Hércules e Licas”, de Antônio Canova, criada em 1815. A sala é toda negra e circulada por obras em mármore alvo. Não tem como não se emocionar.
Anota ai alguns dos famosos móbiles, esculturas coloridas e que se movimentam suavemente, do artista americano Alexander Calder, estão espalhados pelas salas deste museu.
Alliás a cidade eterna já um grande museu a céu aberto e isso já é incrível! Unir os museus em Roma junto com boas caminhadas é o caminho perfeito para uma viagem cultural maravilhosa!
Arrevederti!